Geraldo Trindade
Sob o olhar e
expectativa de todo o mundo, católicos e não católicos, aguardaram ansiosos o
início e o fim do conclave. Quem se tornaria o líder e pastor da milenar Igreja
Católica? Quem sucederia o apóstolo Pedro na cátedra romana, após o carismático
João Paulo II e o intelectual Bento XVI? Quem guiaria a barca da Igreja em meio
aos reveses e exigências do século 21 e da pós-modernidade?
Não poucas foram
as especulações em relação ao futuro pontífice: conservador, liberal, de
centro, com experiência pastoral, forte acento intelectual, boa relação com o
mundo, mais ligado à cúria romana ou
disposto a provocar mudanças...
Porém, tudo isso
se torna secundário, pois o papa tem como grande missão confirmar na fé; ou
seja, ser o luminar e o porto seguro da fé, da Tradição e do Magistério à luz
da Palavra de Deus; que guia os que creem rumo a Jesus Cristo.
Inesperadamente o
Habemum Papam ecoou da sacada de São Pedro ao mundo, dando ao conhecimento que
o colégio dos cardeais confiou as sandálias e o anel do pescador a um homem,
Cardeal Jorge Mário Bergoglio. Suas primeiras palavras dirigidas ao mundo
demonstra que este apostolado petrino supera em muito a pequenez humana, que
seu sujeita à vontade de Deus e nela se confia. Disse que os cardeais foram
buscar um papa no fim do mundo e pediu orações para o papa emérito Bento XVI e
por ele, que assume o governo da diocese de Roma e do mundo. “Agora começamos este caminho juntos, um caminho da
caridade das igrejas, de fraternidade, amor e confiança entre nós”, disse o
novo papa.
Nascido em 17
de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, Jorge Mario Bergoglio
formou-se engenheiro químico, mas escolheu posteriormente o sacerdócio,
entrando para o seminário em Villa Devoto. Em março de 1958, ingressou no
noviciado da Companhia de Jesus (jesuítas). Em 1963, ele estudou humanidades no
Chile, retornando posteriormente a Buenos Aires. Entre 1964 de 1965, Bergoglio
foi professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de
Santa Fé e, em 1966, ensinou as mesmas matérias em um colégio de Buenos Aires.
De 1967 a 1970, estudou teologia. Em 13 de dezembro de 1969, foi ordenado
sacerdote.
O
novo papa passa a assumir agora o nome de Francisco. O nome remete a diversas
figuras que tem um lugar especial na vida da Igreja Católica. Um dos nomes mais
proeminentes é de São Francisco, o pobre de Assis, que reformou a Igreja
Católica a partir do serviço aos pobres e o amor a Jesus Cristo por meio da
humildade e do resgate da beleza do Evangelho. São Francisco de Sales, homem de
espiritualidade e de uma vida voltada para Cristo com
simplicidade, sem buscar coisas grandes, com paciência e sem heroísmos. Outro
santo importante é São Francisco Xavier, pioneiro e co-fundador dos jesuítas,
mesma congregação do novo papa. Este santo se destacou em sua atividade
missionária na Índia e Japão.
O até antão Cardeal Bergoglio esteve no Brasil em 2007 para a
Conferência do episcopado latino-americano. Aqui, unidos com seus irmãos bispos,
trabalhou para a confeccção do Documento de Aparecida, que convida todos os
católicos a tornarem-se discípulos-missionários. Por isso a eleição de Francisco I revigora a Igreja na sua missão de “fazer
discípulos entre todas as nações”. Sua
Santidade traz para o ministério petrino a experiência evangelizadora da Igreja
latino-americana e caribenha.
Com toda a Igreja e o mundo entregamos e confiamos a Deus a
vida deste grande colaborador da obra de Cristo no mundo.
Como eh grande a felicidade do mundo, pode se dizer, pela eleição do Papa Francisco, pouco mais de um mês após o anuncio da renuncia de Bento XVI. Louvado seja Deus pela sabia escolha!
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