Geraldo Trindade
O que se percebe nos dias de hoje é
uma proliferação do sagrado: “guerra santa”, horóscopo, simpatias, garantias
certeiras de milagres, sucesso e bonança... Acompanhando tudo isso tem
cartomantes, óleo santo, porta da prosperidade, seleção dos escolhidos e muitos
milagres difundidos pelos meios de comunicação de massa... A superstição parece
estar inscrita no código genético humano.
O ponto é que as pessoas se
encontram perdidas, existe um vazio frente o desejo natural de felicidade. Ora,
no momento tenta-se preencher este vazio pela ciência, porém ela não o
completa. Em meio às trevas da superstição, a Igreja Católica é que deve
invocar luzes para dissipá-las.
O anúncio da Boa Nova cristã deve,
mais do que nunca, atravessar o véu do ceticismo presente no mundo. Vivemos em
uma sociedade cristã, respirando ar cristão, consumindo cultura cristã; porém
dolorosamente pode-se afirmar como Péguy: “Somos os primeiros, depois de Jesus,
sem Jesus.” Para que isso mude é preciso que o homem hodierno experimente o
“encontro com pessoas para as quais o fato de Cristo é realidade tão presente
que sua vida é mudada.” (Luigi Giussiani)
O cristianismo não é uma história,
não é uma idéia, uma abstração; mas é um fato fundado em Jesus Cristo. Com Ele
pode-se ver um novo mundo erguer-se, a sociedade
constituir-se. As palavras de João Paulo II são esclarecedoras: “antes de ser
um conjunto de doutrinas, uma regra para a salvação, é o ‘acontecimento’ de um
encontro.”
De fato, o cristianismo não se
contentou em ser mais uma religião, mas quis e conseguiu ser a vitória da
inteligência sobre tudo o que existia. Essa certeza advém de Jesus Cristo, que
redesperta no homem o desejo da verdade, que vence todos os medos, afirma-se
como vencedor de tudo; pois onde se é fraco que se é vencedor. Tudo, porque o
Deus cristão entrou na história e veio ao encontro do homem. Assim, o homem
pode encontrá-Lo.
Nada, nenhuma superstição é capaz de
suplantar a verdade evangélica manifestada em Cristo. O conteúdo da experiência
cristã revela que “o amor e a razão coincidem, pois são verdadeiros pilares
fundamentais do real.” (J. Ratzinger)
Em suma, não se segue a Cristo
porque se entendeu tudo, mas porque não se entendeu nada a não ser a promessa
salvífica provinda dEle.
Muito bom :)
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