Geraldo Trindade
Agora com a Sé
de Roma vacante, a Igreja Católica experimenta, após anos, a sensação de ter um
papa emérito enquanto se espera um conclave para a eleição de Sumo Pontíficie.
Para meu espanto a grande mídia cobriu com avidez esta troca na suprema
hierarquia da Igreja Católica. Primeiro, pode ter sido por interesse, por
garantia de ibope; mas também não descarto que, por mais que se tente apagar, o
papa representar valores e posturas morais porque ele não age, não se pronuncia
e não se porta ao sabor das ondas, mas a partir, invariavelmente, do Evangelho.
O título que é concedido ao papa de vigário de Cristo simboliza muito bem que
na terra ele faz a ponte com o sagrado, com o divino. Viver e pautar-se pelo
Evangelho é um dos grandes convites que um papa faz a toda a humanidade e isso
sempre chamará a atenção do mundo.
Bento XVI
esteve à frente da Igreja foi um período de drásticas mudanças no mundo e no
cristianismo. Ele se esforçou para tornar a fé mais clara e inteligível para
que assim fosse abraçada com certeza e convicção vital. Lutou para que os
esforços burocráticos, pastorais e evangelizadores da Igreja não perdessem o
seu foco – Cristo. Sempre convidou todos os católicos a terem Jesus como centro
da vida cristã. Quando se perde o sentido referencial, que é Cristo, a Igreja
corre o risco de tornar-se tudo, menos o corpo de Cristo, que traduz no mundo
os valores pregados e vividos pelo Verbo encarnado.

O cardeal
Ratzinger viveu o pontificado não aprisionado a moldes ou pressão, mas soube
interpretá-lo e dá-lo uma nova configuração. Se ele não tinha o trejeito com o
público como seu antecessor, mas teve e tem a capacidade de refletir com
profundidade e originalidade, ao mesmo tempo, entende que o seu papel como papa
não se restringe a grupos seletos, mas como ele mesmo disse em sua última
audiência: “O
Papa nunca está sozinho, pude experimentá-lo agora mais uma vez e duma maneira
tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos, e muitíssimas pessoas
se sentem estreitamente unidas a ele.”
Agora, o papa emérito descansa, pois
completara suas atividades às 20 horas
do dia 28 de fevereiro, mesma hora em que encerrava seu expediente de
trabalho como um servo que se coloca a disposição de seu amo; assim, mais uma
vez Bento XVI dá o exemplo de levar a bom termo a sua missão, pois a Igreja não
é dos homens, mas de Cristo. Resta a cada batizado abraçar Cristo e por
consequência a missão com o intuito de deixar com que a fé entranhe até as
profundezas da existência humana.
“Deus guia a sua Igreja; sempre a
sustenta mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos esta visão de
fé, que é a única visão verdadeira do caminho da Igreja e do mundo.” (Bento
XVI, papa emérito)
Belo texto! Bento XVI, agora Papa Emérito, marcou profundamente meu início de caminhada mais perto de Jesus e da Igreja, exatamente em 2005! Pude crescer e me aprofundar com suas catequeses, homilias, sabedoria e grande humildade! Deus abençoe a Igreja e que o Espírito Santo seja a brisa leve a nos conduzir sempre para o bom caminho!
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