terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O que penso neste início de ano
Geraldo Trindade
                Assisti no dia 1º de janeiro o desfile inédito da primeira presidente ( é como prefiro chamar) Dilma Rousseff. Ouvi seus pronunciamentos, como também de alguns governadores empossados. Para completar o quadro épico a platéia era evidentemente de rostos conhecidos: deputados, senadores, personalidades do ramo político; ou seja, velhos rostos conhecidos.
                Em meio a tudo isso, preferi pensar o que leva uma pessoa a pleitear e assumir cargos públicos: presidência, senado, câmaras, prefeituras.
                Pois bem, o que vejo? E também o que não vejo, mas suspeito.
                Às vezes a política me constrange e me deixa envergonhado. Parece que tudo é interesse, não só dos políticos (que certamente os tem em exacerbância), mas também dos eleitores. A moral, o ser e agir correto descarrilharam-se e foram parar em um  lugar inóspito, onde ninguém os encontram. Alia-se a isso o foco desfocado do bem comum para os interesses próprios. Os discursos, as posturas, as idéias e os ideais (para meu espanto) são voláteis, de acordo com o interesse, não comum, mas particularmente (geralmente, o da conta bancária e do poder). O que transparece é que o poder e dinheiro são sempre bem-vindos a qualquer custo.
                Mais uma vez, a política me constrange e me envergonha.
                Acompanho a atribulada vida política do Brasil pelos meios de comunicação (que certamente, não noticiam tudo com imparcialidade). Minha reação é de perplexidade. Espanta-me ao ver que pessoas que roubam dos cidadãos brasileiros são tratados com deferência em fóruns privilegiados (quem rouba é ladrão; essa é a lei geral. Será?). Mais me espanta ainda é ouvir da parte de pessoas “que é isso mesmo”, que “se fosse ele faria pior”(isso me doi, pois demonstra ser igual ou pior que o defraldário).
                Tudo isso me constrange e me envergonha.
                Para não me acusarem de só apontar falhas ( que me incomodam) prefiro ir pensando além. A política não é lugar de competição, de partidarismo, de disputas por cargos, mas é lugar de práticas de cooperação em vista do bem comum (disso não se pode abrir mão). Nessa re-transformação da real missão da política devem estar enganchados os próprios políticos, intelectuais, agentes culturais e nós, cidadãos e cidadãs de bem, que a cada dia procuramos viver corretamente e preferimos viver assim para podermos dormir os sonos dos justos a noite.

5 comentários:

  1. Muitas coisas constrangem a gente, como diz você, na política. Tá cada vez mais difícil depositar nossos votos em favor de pessoas que não respeitam o bem comum. Raphael

    ResponderExcluir
  2. Isso mesmo, enquanto o pensamento das pessoas nao mudarem a respeito da politica e dos politicos, a situação nao vai mudar nunca. Adorei seu texto, mesmo com tantas desonestidades você ainda viu algo de bom.

    Leninha
    06/02/2011

    ResponderExcluir
  3. o que acaba acontecendo com as pessos quer votam e que temos a memoria curta e asquecimento ja faz parte . temos a maior facilidade de nao lembrar o que um politico fez na sua gestao ai e que morre o perigo eles voltao fazem a mesmo ou quer dizer nao fazem nada .

    aguinaldo

    ResponderExcluir
  4. Que boa surpresa descobrir que agora você tb é um blogueiro. Adorei o texto! Acredito que este é um sentimento partilhado por muitos de nós, brasileiros. Parabéns pela iniciativa!
    Bjos...
    Ah! Tb tenho um blog, não sei já conhece
    fonoemfoco.blogspot.com

    ResponderExcluir
  5. Olá Geraldo, boa noite.
    Gostei muito dos textos aqui postados.
    Eu gostaria de saber que dia e mês é o aniversário de Cipotânea.
    Estou desempregado desde agosto e a situação esta
    muito complicada para mim.Não sei se poderei ir a Minas para participar da festa.
    Um grande abraço
    Nezito Reis
    Tel 011 30832596 ou 011 91254803

    ResponderExcluir