terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasil na copa: vencedor ou derrotado?

Geraldo Trindade

  
As vitórias ressaltam nossas virtudes, potencialidades e capacidades. Mas, as derrotas constroem o caráter. É preciso aprender a se doar por inteiro, dar o que pode de melhor; mas saber lidar com o êxito e as frustrações. Se se tem um verdadeiro vitorioso não é porque ganha sempre, mas porque sabe lidar e seguir adiante em meio ao fracasso.
            O Brasil que sedia a Copa iniciou o mundial de forma tímida, com pequena empolgação dos brasileiros, que prefeririam investimentos em infra-estruturas do país a custear os gastos exorbitantes de um evento desta magnitude. Apesar disso, o jogo mais popular alcançou seu objetivo: uniu o país em torno de uma bola. Chegou mesmo a “endeusar” os convocados, que passaram a compor a seleção. No fundo do coração de cada brasileiro estava a esperança tímida, mas presente, de que o Brasil poderia acrescentar a sexta estrela.
            A sede pela taça e o orgulho brasileiro de que se é imbatível no futebol é presente em nosso país. A Alemanha paralisou os passos “tímidos” rumo ao hexa. Como lidar com essa derrota quando o país sedia a copa?
            Alguns aspectos devemos reconhecer: as derrotas existem e é preciso estar preparados para passar por elas. A diferença entre quem vence e quem perde é a capacidade de ter a dignidade de saber perder. A derrota neste momento pode e deve ser uma alavanca poderosa para buscar ser sempre o melhor, de doar-se por inteiro. A dignidade da derrota está em compreender e admirar o adversário. Os sentimentos ficam misturados: a raiva, a frustração, a impotência...
            Dois  textos bíblicos me chamam atenção: o pastor que tem cem ovelhas e perde uma, deixa as demais e vai ao encontro da que se perdeu (Lc 15, 4-6) e a da mulher que tinha dez moedas e perdeu uma. Procura, encontra e se alegra ( Lc 15, 8-9).
Em termos existenciais perguntamos: o que foi de mais importante perdemos em nossa vida? Todos já perdemos algo ou em alguma situação sentimo-nos vencidos. A questão não é o que perdemos em si, mas como lidamos com essas perdas. Temos possibilidade de percorrer dois caminhos: lamentar, culpar os outros e sofrer o resto da vida ou encarar o problema, tratar a questão com serenidade e aprender com ele.
            Tanto no campo quanto na vida as perdas são inevitáveis e não se pode ganhar sempre. As perdas acompanham a nossa existência: morte, separações... Aprender a perder é um exercício para aprender a ganhar. Como pessoas de fé não se pode perder o prazer de viver, as oportunidades, a dignidade, a fé e a esperança. Se preciso for é preciso ir às perdas da vida porque o que nos move  é a certeza de que somos mais que vitoriosos em Cristo. Resta-nos a pergunta: “Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5,5).


2 comentários:

  1. Bom dia!

    Ótimo post!
    As pessoas precisam entender que perdemos e que necessitamos entender os porquês das perdas, crescermos com elas e avançarmos no intelecto e espiritualidade com nossos ganhos e perdas - afinal, perder e ganhar faz parte da vida !
    Parabéns, serei leitora constante de seu Bolg!

    Mariângela

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  2. O Povo brasileiro foi o grande vencedor desta Copa, agora, só falta sensibilizar um jornalista para fazer uma matéria com a Fundação Geolíngua. - Imaginem se o Governo Brasileiro e a imprensa luso-brasileira tivessem dado ouvidos ao Roberto Moreno, desde 2009, quando lançou uma proposta sociocultural, económica e politica para esta Copa, independente do resultado que a mesma teria - No dia 27-6-2014, primeiro intervalo da Copa, deveria ter sido festejado o - Aniversário de 8 Séculos da Língua Portuguesa. – Pois, o Testamento de Vida do Rei de Portugal, D. Afonso II, considerado o primeiro documento oficial escrito em Português é de 27-6-1214. - O presidente da Fundação Geolíngua, apercebeu-se deste Facto e registou oficialmente, em 2009, uma série de actividades socioculturais, neste âmbito, e apresentou-o, à Assembleia da República, e que o apoiou. - Cartas e documentos foram enviados à imprensa, governo e entidades luso-brasileiras, solicitando parcerias e divulgação. - O Boicote foi total e o Sonho foi desfeito. Veio o "Castigo" e o "Pesadelo" na Copa que seria das Copas. (dica: ver no google - Roberto Moreno+Verbos e Letras)

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