Geraldo Trindade
Dia 27 de abril de
2014, Festa da Divina Misericórdia, o Senhor reserva à sua Igreja Santa,
Católica, Apostólica e Romana um mimo de sua infinita bondade: a canonização,
ou seja, passam a ser santos dois papas, João XXIII, o papa bom e João Paulo
II, o papa pop. O primeiro trouxe ao trono de Pedro a humildade e a proximidade
com o povo; o segundo rejuvenesceu a Sé apostólica com seu carisma e seu poder
de sedução junto às multidões.
Bento
XVI dispensou os 5 anos necessários após a morte para abrir o processo de
canonização de João Paulo. Francisco inovou ao suspender a necessidade de mais
um milagre para a canonização de João XXIII. Ambos pontíficies beatos, que em
breve serão incluídos na lista dos santos da Igreja Católica têm duas
realidades que os marcam: o Concílio Vaticano II e a Igreja. O concílio marcou
a vida e o ministério de ambos, pois foi o maior evento eclesial no século XX,
propiciou que a caridade e a paz se concretizassem na vida da Igreja, que é mãe
generosa e cuidadosa, que se faz próxima dos homens e mulheres consolando,
ajudando e sustentando na esperança. João é o papa bom, pai de toda a
humanidade, ele a abraçava e a abençoava. João Paulo visitando o mundo inteiro,
fez-se o mensageiro da paz e promotor da vida, da fraternidade entre os povos e
acolhedor dos necessitados. Ambos são santos, pois consistiram em viver a vida
boa do Evangelho nas situações mais diversificadas que a Providência divina os
colocava.
O
papa João XXIII foi eleito no dia 28 de
outubro de 1958. Por sua idade foi tomado como um papa de transição, mas
surpreendeu o mundo com a convocação para o Concílio Vaticano II (1962-1965) e
propiciou para que se vivesse em uma Igreja aberta ao mundo. João Paulo II foi
eleito em 1978 e foi o primeiro papa não italiano em 456 anos. Entrou para a
história pelo seu carisma e pelas viagens que fez aos quatro cantos do mundo
encontrando com diversas pessoas e comunidades. Foi um grande missionário, um
evangelizador universal, comunicador, fecundo no apostolado da palavra e dos
seus escritos.
A
Igreja vive destas grandes riquezas e heranças, da simplicidade do papa bom,
João XXIII, e do papa misericordioso e sofredor, João Paulo II. A ação do
Espírito Santo na Igreja é atuante constante em todos os momentos e lugares.
Vemos verdadeiramente que a Igreja é antes de tudo a comunidade daqueles que
são chamados à santidade e se empenha em cada dia para alcançá-la. Seguindo as
pegadas destes dois grandes homens saberemos que nos encaminharemos em direção
a Jesus Cristo. Ele que é o Pai das Misericórdias forja nos corações simples de
várias pessoas o molde da santidade, planta ali sua semente de vida nova,
transformando-as em corajosas testemunhas do amor de Deus em sua vida, que se
estende a todas as pessoas.
A
Igreja com esta atitude de canonizar estes grandes homens canoniza seus estilos
de vida, suas virtudes heróicas, pois ambos são apresentados como modelos de
vida a serviço da Igreja e de Deus, foram em seu tempo instrumentos da ação do
Espírito Santo. No ato de elevá-los à honra dos altares, o papa Francisco mostra-nos
caminhos de santidade de duas pessoas que souberam colocar-se à altura dos
momentos e servir a Igreja, que é a Igreja de Cristo Jesus. Abre-se para todos
os cristãos a partir de João XXIII e João Paulo II os caminhos da santidade, da
simplicidade, da bondade e da misericórdia.
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