Geraldo Trindade
Após a tão
aguardada Jornada Mundial da Juventude no Rio trazemos no coração um novo ardor
e uma fé mais viva e disposta a dar testemunho contra a corrente, aliás tão
ressaltado pelo papa Francisco. Foram dias de muitas experiências ricas: a
unidade na mesma fé, as orações em comuns, a Palavra de Deus refletida, a
Eucaristia celebrada, a alegria de ser fiel discípulo do Senhor, que traz em si
o desejo de partilhá-la com os demais, o respeito, a paz... A experiência de
peregrinar, caminhar, seguir confiando não na mochila que os jovens traziam em
suas costas, mas simplesmente confiando no Senhor. “Confia no Senhor e faze o
bem, habita na terra e vive tranquilo” (Sl 37, 3).
Sem sombras de
dúvida a JMJ marcou positivamente a Igreja no Brasil e a evangelização da
juventude. Os milhões de jovens no Rio e acompanhando pelos meios de comunicação
se transformou em um dos mais belos testemunhos de fé que o mundo viu. De fato,
como o próprio papa lembrou: são os jovens seus herois porque expressam o rosto
jovem de Cristo. Os jovens exortados pelo Papa Francisco foram convidados a
acrescentarem três elementos em suas vidas: fé, amor e esperança.
É preciso que a
cruz plantada no coração de cada católico o faça ser campo aberto, onde haja
receptividade para Cristo e sua Palavra. É preciso que se deixe envolver-se e
dar-se por Jesus Cristo. O jovem é marcado por grandes ideais, que apostam
alto, que querem escolhas definitivas que garantam sentido às suas vidas. E é
exatamente estes grandes desejos que encontram em Cristo e em sua Igreja a
resposta necessária.
De fato,
podemos ter a certeza que a Nova Evangelização empreendida a partir do Beato
João Paulo II tem nas jornadas um dos momentos altos, pois elas despertam para
a sensibilidade da fé, tira-nos do comodismo para nos lançarmos ao Mistério,
que é Deus, ao outro, que é meu irmão.
As jornadas são o
sinal de que a Igreja está próxima, ama, cuida e acaricia os seus fieis. Em um
tempo tão marcado pela violência, pelo individualismo, consumismo, corrupção,
esvaziamento, depressão; os jovens gritaram no silêncio orante de Copacabana
que vale a pena trazer no peito a cruz de Cristo, que vale a pena ter fé e
experimentar a proximidade com Cristo. É possível ter fé e dialogar com o
mundo. São jovens no mundo, que contra a corrente, na mais variadas vezes, afirmam
seu amor a Deus sem perder a alegria e a ternura, tão bem expressados nos
cantos, nos sorrisos, nos abraços e nos apertos de mão. Aliás, tais gestos
foram a marca da passagem do papa Francisco pelo Brasil – fé e esperança de que
vale a pena crer. “Partilhar a
experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o
Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem, sim; mas não nasce da vontade de
domínio, da vontade de poder. Nasce
da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e
não nos deu somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, Ele deu a sua vida
para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata
como escravos, mas como pessoas livres, como amigos, como irmãos; e não somente
nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor”
(Papa Francisco).
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