quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A política não deveria ser assim...


Geraldo Trindade 


  O assunto política traz, nos tempos atuais, um sentimento de repugnância e até mesmo de descrença. Fala-se dela, mas sempre com uma desconfiança, talvez por se perceber que no exercício desta arte-serviço os interesses particulares se sobrepuseram e esmagaram os interesses e o bem comum.
      Quantos escândalos abalaram o país e se projetaram na mídia! Mensalão, dólar na cueca, operação dominó, caso Carlinhos Cachoeira... De certo, a corrupção é uma das maiores queixas da sociedade, pois causa impactos destrutivos na vida do cidadãoe da sociedade.
        Outros fatores aumentam a indiferença dos eleitores. É uma infinidade longe de partidos e candidatos sem que eles tenham, de fato, um comprometimento efetivo na sociedade. A ausência de debates transformou os partidos e os candidatos em uma série de massa, onde é impossível analisar e comparar. Enquanto isso, fala-se muito e poucas propostas práticas são apresentadas.
A reação do eleitor é a mais absurda apatia. Ele passa a votar porque é lei e obrigação. Escolhe por simpatia ou vota em qualquer um, pois considera que a política não serve para muita coisa. Os políticos tomam os cargos públicos como profissão e fonte de renda. Repetem as mesmas falas, mesmo não se dando conta do que proferem, mas cai bem aos ouvidos dos eleitores. E isso cada vez importa mais: o efeito que se produz. Cresce, assim, a ação dos marqueteiros, que tem a função de tornar o candidato palatável aos eleitores. Perde a democracia e ganha-se o negócio e a “arte cênica”.
Toda essa realidade pode parecer desestimulante, mas ao cristão não comporta aceitação e resignação. É preciso uma corajosa renovação pessoal e social que assegure mudanças de mentalidades para se chegar às das estruturas. “Os fiéis leigos não podem de maneira nenhuma abdicar de participar na ‘política’, ou seja, na multíplice e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover de forma orgânica e institucional o bem comum” (Christifideles laici, n. 42)”, que compreende a promoção e defesa de bens, como é a ordem pública e a paz, a liberdade e a igualdade, o respeito da vida humana e do ambiente, a justiça e a solidariedade.
Por isso, as eleições municipais que estão mais diretamente ligadas à realidade vivida pelo cidadão é tão importante e decisiva nos rumos das políticas públicas das cidades. Por isso, esse voto não pode ser subestimado e é a nossa voz e resposta no sistema democrático. É preciso que se escolha bem, que se avalie o candidato, suas propostas, sua atuação, sua honestidade... Só assim que será possível um exercício amadurecido e autêntico da política.
Seguem algumas dicas que podem auxiliar na escolha do próximo dia 7 de outubro:
1º) Conheça a vida dos candidatos
É importante que as pessoas verifiquem a vida dos candidatos, seja no histórico pessoal ou na vida pública. De certa forma, nessas eleições os candidatos são mais fáceis de serem conhecidos porque certamente são pessoas que têm uma história na nossa cidade.
2º) Procure saber se eles já ocuparam funções públicas e suas condutas
É importante verificar as funções públicas e as realizações que os atuais candidatos ocuparam ou se pleiteiam a reeleição. Inclusive é importante verificar se são candidatos Ficha Limpa, se não há nada que os desabonem em sua conduta pública.
3º) Descubra quais as propostas desse candidato para a cidade
Quais os interesses que os candidatos estão se propondo a representar? Porque muitos fazem promessas que não poderão cumprir, pois não compete ao cargo que pretendem ocupar. Por exemplo, vereadores não fazem obras, mas sim o executivo.
Analise quais as propostas que os candidatos apresentam para a vida da comunidade, quais são as propostas para o sistema viário, para o meio ambiente, para a saúde, para a educação, para a geração de renda e empregos... 
É preciso pesquisar bem os candidatos, conhecer suas propostas, seus partidos e analisar aqueles que mais se enquadram nos valores que nós defendemos.
4º) Verifique se eles se propõem a exercer sua função com transparência
Nas propostas dos candidatos existe algo que ajude a dar mais transparência? Que ajude no combate à corrupção?
5º) Analise se as propostas favorecem a democracia participativa
Outro aspecto a ser observado é se os candidatos promovem a participação da sociedade como a criação e o funcionamento dos conselhos municipais. Após o período eleitoral é preciso voltar a conversar com o candidato sobre o cumprimento dos compromissos assumidos e o exercício do seu mandato. 

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